A primeira engenheira negra do Brasil

SEMANA DA ENGENHARIA | Enedina Alves Marques é uma "pioneira da engenharia"

O Paraná tem longa trajetória de serviços prestados à engenharia brasileira, de protagonismo e pioneirismo. Como é o caso da engenheira Enedina Alves Marques, considerada a primeira engenheira negra do Brasil. Ela ingressou no curso de engenharia civil da UFPR em 1940 e concluiu em 1945. Enedina trabalhou na construção da Usina Capivari-Cachoeira e nas obras do Colégio Estadual do Paraná e na Casa do Estudante Universitário de Curitiba.

Enedina era a única mulher de sua turma. Vivia em uma sociedade pós abolição, que não instituiu políticas públicas e nem ofertou oportunidades educacionais e profissionais com expectativas de ascensão social à população negra, escravizada durante séculos. Diante de tudo isso, também enfrentou o preconceito pela sua cor, vivendo numa região do país com população predominantemente branca de ascendência europeia.

Ela frequentou também o curso preparatório do Colégio Estadual do Paraná. Bem preparada ingressou no curso de engenharia em 1940, onde foi alvo de preconceitos por parte de alunos e professores. Com inteligência e determinação superou todos os obstáculos. Passou noites estudando e copiando assuntos de livros que não podia comprar. Firme em seus ideais e pessoa de grande carisma, Enedina conquistou amigos e solidariedade dentro e fora do curso.

Formou-se em engenharia civil em 1945, com 32 anos. Foi a primeira engenheira do Paraná. Tem hoje seu nome gravado no Livro do Mérito do Sistema Confea/Crea e sua memória é lembrada em todo o estado e no país.

Enedina recebeu, após sua morte, importantes homenagens que lembram seus feitos. Em 1988, uma importante rua no bairro Cajuru em Curitiba, recebe o seu nome: Rua Engenheira Enedina Alves Marques.

Em 2006, foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá. A casa do major da polícia e delegado Domingos Nascimento, onde Enedina viveu com sua mãe durante sua infância, foi desmontada e transferida para o Juvevê e hoje abriga o Instituto Histórico, Iphan.

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