BIM será obrigatório em obras públicas a partir de 2020

Empresas de Arquitetura e Engenharia consultiva deverão se preparar para utilizar a metodologia

Comunicação
20.JUL.2020

O uso do Building Information Modelling (BIM) será obrigatório a partir de 2021 nos projetos e construções brasileiras. Esse foi o teor do Decreto Presidencial assinado este ano para democratizar a plataforma no país. Seis meses após o anúncio da medida, os trabalhos de comitês espalhados pelo Brasil se concentram em implantar a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, proposta pelo Governo Federal. Santa Catarina, inclusive, foi o primeiro estado a definir que até 2019 as licitações de obras públicas fossem feitas com a metodologia BIM.

Complementarmente ao decreto, foi publicado o documento Construção Inteligente, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), no qual são detalhados objetivos, ações, responsabilidades, metas e compromissos para a efetiva difusão desse novo paradigma da indústria da construção.

O MDIC exerceu a presidência do Comitê Estratégico de Disseminação do BIM, criado em 2017 como primeiro passo para a propor a estratégia para BIM no país, com a participação de outros oito ministérios. O trabalho de formulação conta com a colaboração de diferentes instituições, entre elas, o Sinaenco.

Entre as metas estipuladas, está a de aumentar em 10 vezes a implantação do BIM, de forma que 50% do PIB da Construção Civil tenha adotado a metodologia até 2024. Atualmente, 9,2% das empresas do setor da construção (que correspondem a 5% do PIB do setor) utilizam o BIM em suas rotinas de trabalho, de acordo com pesquisa e estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentada no documento.

Prazos Escalonados

De acordo com o VP de Arquitetura do Sinaenco/SP, Eduardo Nardelli, as empresas de Arquitetura e Engenharia consultiva deverão se preparar para utilizar a metodologia, considerando que o governo tem expectativa de, em 10 anos, o BIM estar disseminado nas obras públicas.

A proposta da Estratégia BIM BR é que a exigência do BIM nas compras do Poder Público seja feita de forma escalonada, para conferir tempo de adaptação ao mercado e ao setor público.Assim, os prazos para implementação foram divididos em três etapas:

– A partir de janeiro de 2021: a exigência de BIM se dará na elaboração de modelos para a Arquitetura e Engenharia nas disciplinas de estrutura, hidráulica, AVAC e elétrica na detecção de interferências, na extração de quantitativos e na geração de documentação gráfica a partir desses modelos;

– A partir de janeiro de 2024: os modelos deverão contemplar algumas etapas que envolvem a obra, como o planejamento da execução da obra, na orçamentação e na atualização dos modelos e de suas informações como construído (“as built”), além das exigências da primeira fase.

– A partir de janeiro de 2028: passará a abranger todo o ciclo de vida da obra ao considerar atividades do pós-obra. Será aplicado, no mínimo, nas construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações, quando consideradas de média ou grande relevância, nos usos previstos na primeira e na segunda fases e, além disso, nos serviços de gerenciamento e de manutenção do empreendimento após sua conclusão.

Para o professor Sergio Scheer, especialista participante do Comitê Estratégico de Implementação do BIM, o uso dessa tecnologia vai beneficiar a Construção Civil. “Os projetos serão melhor desenvolvidos e as construções terão mais qualidade. O setor sofrerá com menos desperdício e retrabalho, o que vai fazer com que o uso do recurso público envolvido seja melhor aproveitado”, garante.

Com essa ação, a expectativa é de uma redução de custo que pode chegar a 20%, de acordo com estudos contratados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Para nós que somos engenheiros e engenheiras em formação é importante lembrar a importância do BIM em todas as obras já que ele garante uma percepção antecipada das possíveis interferências e situações de manutenção comuns durante o ciclo de vida da obra, ampliando a importância e usabilidade do projeto e consequentemente, reduzindo as chances de improvisação e o tempo gasto na execução da obra, melhorando o desempenho e garantindo que o cronograma e orçamento previstos sejam respeitados.

Fontes: Mais Engenharia, Blog da Engenharia, IMBEC

Voltar a Notícias