Coluna Senge Jovem | O Brasil no sistema-mundo: neocolônia e subdesenvolvimento

Senge Paraná
01.AGO.2018

Por Joab Jacometti – Estudante de Geografia

Para entendermos o atual cenário de des-ordem mundial, se faz necessário analisarmos um longo período de formação histórica, a necessidade de se compreender a atualidade nos remeterá ao surgimento dos primeiros Estados-nação e a “descoberta do Novo Mundo”, forma politicamente correta de se dizer que a América foi invadida e saqueada. Mas, voltemos ao nosso assunto, pois discutir o eurocentrismo dentro do que se diz ser isento é motivo de outro texto, que como este, nos levará a pensarmos e refletirmos sobre o presente.

Antes do século XVI, a centralização do poder econômico estava posicionado na China e Índia, a venda de especiarias aos antigos senhores feudais garantiram o acumulo de poder ao Oriente, enquanto a Europa se tratava apenas da periferia do sistema-mundo da época. Com a queda de Constantinopla, pelos turcos otomanos, a dificuldade de viajar por terra em busca de especiarias aumentou e se inicia então, as grandes navegações.

A “descoberta do Novo Mundo”, que na verdade se tratou da invasão do continente americano pelos recém-formados impérios europeus garantiram o crescimento das oligarquias, o genocídio de populações indígenas, o enriquecimento da Europa Ocidental e por consequência o acumulo de poderio financeiro, político e bélico dos impérios europeus sobre o restante do globo.

Com a busca por independência dos países americanos, um novo cenário mundial se desenha, a necessidade de garantir a manutenção do poder pelos europeus resultaram nas Revoluções Industriais, a partilha do continente africano, que resultou em outra onda de assassinatos, exploração, contrabando e enriquecimento extorquindo sobre populações de culturas diferentes. Já com os recém independentes, a necessidade de se criar uma “relação de exploração diplomática” foi a cartada correta, acordos internacionais de cooperação, que da mesma forma do sistema colonial, prometia o avanço e desenvolvimento, geraram apenas mais exploração sobre os países latino-americanos e garantindo que o poder permanecesse com os donos do capital.

A busca de nomenclaturas e explicações para explicar o atual cenário é algo que sempre é discutido e a necessidade de um ensino isento foi a forma encontrada pelo Estado, que por muitos pesquisadores é considerado apenas uma ferramenta de manutenção do Poder para uma classe dominante, para garantir a não formação crítica da população e dessa forma as neocolônias, que já foram chamados de terceiro mundo, de subdesenvolvidos e hoje são os países do Sul, ou seja, as atuais neocolônias do sistema.

Os territórios soberanos se curvam as regras do atual sistema de exploração mundial, mão de obra barata, exportação de bens naturais, matérias-primas, um mercado submisso e importação de produtos industrializados são características do novo Sistema-Mundo, onde os impérios do Norte se mantém no poder explorando as novas Velhas Colônias.

 

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Maio | 5 mulheres que fizeram a diferença na Engenharia – Por Taynara Camargo, estudante de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante da coordenação do Senge Jovem

Abril Estudantes em movimento = educação de qualidade! – Por André Munhoz, estudante de Engenharia Elétrica da UFPR e integrante da coordenação do Senge Jovem PR

Março | Mulher, dê vida à sua voz! – Por Tayná Silva, do Senge Jovem de Londrina

Fevereiro | Engenharia, política e a geração mimimi – Por Luiz Calhau, Engenheiro Civil, diretor do Senge-PR, integrante da coordenação do Senge Jovem e mestrando em Planejamento Urbano pela UFPR

 

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