Conselho Deliberativo do Senge-PR se reúne em Curitiba

Senge Paraná
27.AGO.2019

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No último sábado, 24, a sede do Senge-PR em Curitiba recebeu a reunião do Conselho Deliberativo da entidade. Diretores residentes na capital e um representante de cada regional estiveram presentes para fazer um balanço parcial das atividades da instituição em 2019 e debater a conjuntura política e social do estado e do país.

A manhã foi dedicada ao debate, com palestras do professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná, Emerson Urizzi Cervi, e do assessor parlamentar da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Maximiliano Nagl Garcez. Durante a tarde, além do balanço das atividades e financeiro do Sindicato, os representantes das regionais tiveram a oportunidade de expor as ações realizadas pelo Senge-PR no interior do estado.

Conjuntura nacional

Em sua fala, intitulada “O Desarranjo Institucional Brasileiro, a Eleição de Bolsonaro e a Ascensão da Extrema Direita”, o professor Emerson Urizzi Cervi traçou um panorama do cenário eleitoral brasileiro, desde a primeira eleição depois da redemocratização, até 2018. Em 30 anos, o eleitorado brasileiro cresceu em 75% e testemunhou os impeachments de dois presidentes. Mas, diferente do que aconteceu após a queda de Fernando Collor de Mello, o impedimento de Dilma Rousseff não criou o que o professor chama de “desafeição típica de períodos de descontentamento com a classe política”.

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A eleição de 2018 teve características próprias, como crises internas e externas, e o desgaste das instituições intensificado pela ação coordenada do sistema judiciário e da mídia tradicional. Desta forma foram criadas as condições ideais para a substituição das instituições. O descrédito do eleitor não estava mais no governo, mas no sistema como um todo. E este eleitor viu no “novo” uma alternativa, alguém que interrompia o ciclo político PT/PSDB que dominou as eleições nos últimos 20 anos. “Os 49 milhões do Bolsonaro já estavam aí. Talvez eles não tivessem uma opção ideal antes, mas eles já estavam aí”.

Reação

Especializado em comportamento eleitoral, partidos e opinião pública, o professor Cervi vê no parlamento um início de reinstitucionalização, uma reação que parte principalmente do poder legislativo e do chamado centrão: “existe uma independência política com relação às propostas do governo”.

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Maximiliano Nagl Garcez, em sua exposição batizada de “Os Ataques aos Sindicatos, Movimentos e Trabalhadores (Previdência e CLT) e os Cenários para o Futuro”, chamou a atenção para a necessidade de ocupação de espaços de atuação pelas entidades da sociedade civil, que se veem acuadas diante do atual cenário político. “É preciso renovar nossos meios de comunicação e utilizar os instrumentos que temos para qualificar o debate”.

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