Curitiba ultrapassa mais de mil mortes por covid-19

Contaminações e óbitos disparam após o prefeito Rafael Greca aumentar a exposição viral no mês de agosto

Foto: Divulgação
Imprensa
02.SET.2020

Curitiba atingiu nessa segunda-feira (1) a marca de 1010 mortes por coronavírus e mais de 33 mil casos confirmados. A curva dos números cresceu em agosto, quando o prefeito Rafael Greca (DEM) decidiu alterar o protocolo de bandeiras adotado pelo município e ampliou a exposição ao coronavírus com a flexibilização do isolamento social. O Brasil já conta com 3,95 milhões de casos confirmados e 122 mil mortes.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, as novas “vítimas são seis homens e quatro mulheres, com idades entre 38 e 92, três abaixo de 60 anos. Todos tinham graves comorbidades como fator de risco para as complicações da doença e todos os pacientes estiveram internados em hospitais públicos e particulares da capital”. A taxa de ocupação dos 355 leitos de UTIs do SUS exclusivos para covid-19 é de 81%.

Números saltaram

Curitiba viu o número de casos e mortes saltarem no mês de agosto, após o prefeito e candidatado à reeleição, Rafael Greca, mudar as regras do protocolo de saúde e as recomendações médicas, editando o Decreto 940 que adota praticamente o liberou geral.

Com isso, o município, embora tivesse o aumento da curva de mortes e contaminação, saiu da bandeira laranja para a amarela. Quando adotou a cor laranja, Curitiba tinha 1777 casos confirmados e 78 óbitos. Isso em 13, de junho, época em que Curitiba adotava o rodízio de Covid-19, estabelecendo a política de bandeiras.

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Naquela época, o prefeito Rafael Greca (DEM) defendeu o protocolo introduzido. “Resolvemos estabelecer um novo protocolo social para o enfrentamento do Covid-19. É uma construção coletiva com a sociedade curitibana. Nós criamos isso e estamos navegando em um mapa que nós vamos fazendo. Estamos caminhando num caminho que vai sendo trilhado”, direcionou.

Mudança de bandeira e flexibilização dispararam contaminação e mortes

Com essa medida, as mortes e confirmações dispararam no fim de julho. No começo de agosto, ainda na bandeira laranja, Curitiba já registrava 619 casos diários e 15 novos óbitos, totalizando 19 mil contaminados e 563 vidas perdidas ao longo de seis meses de medidas de isolamento social.

Mesmo com os números em alta, a Prefeitura de Curitiba decidiu mudar a cor da bandeira e aumentar a exposição viral baseada na quantidade de leitos. Quando decidiu reabrir quase tudo, “escritórios em geral, salões de beleza, barbearias, atividades de estética, academias de ginástica, serviços de banho e tosa de animais”, a secretária municipal de Saúde, Márcia Huculak, disse que “buscamos o equilíbrio, para que a cidade possa seguir funcionando, com todos os cuidados com a saúde da população e com o controle do vírus”.

Audiência Pública na CMC sobre Covid-19. Foto: Carlos Costa/CMC

No dia 16 de agosto, último da bandeira laranja, Curitiba contabilizava 415 casos novos diários, 19 mil casos conformados e 13 óbitos, totalizando 805 mortes. No dia seguinte, em 17 de agosto, quando a bandeira virou amarela, foram 477 casos e mais 13 mortes, chegando a 818 óbitos. Agora, no começo de setembro, o município contabiliza as mais de 1010 mortes e 33 mil casos. Isso significa que a cidade praticamente dobrou o número de mortes em um mês. Número que havia levado seis meses para atingir.

NÚMEROS
1 de agosto: Bandeira Laranja – 619 casos novos – 19 mil casos confirmados – 15 mortes – 563 mortes
17 de agosto: Bandeira Amarela – 477 casos novos – 27 mil casos confirmados – 13 mortes – 818 mortes
1 de setembro: Bandeira Amarela – 296 casos novos – 33 mil casos confirmados – 13 mortes – 1010 mortes

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