Engenheira critica corte no orçamento de universidades: “É um atraso”

Senge Paraná
06.MAIO.2019
Foto: Divulgação Mútua
Foto: Divulgação Mútua

A Diretora Nacional da Mútua, diretora da Fisenge e ex-presidente do CREA-PB, Giucélia Figueiredo, lamentou a decisão do Governo Federal que reduz em 30% os recursos para as universidades. Para Giucélia, a determinação do governo de Jair Bolsonaro representa um ataque a uma das principais instituições brasileiras, produtora de ciência, inovação e tecnologia, ferramentas fundamentais para o processo de desenvolvimento sustentável do país.

“Enquanto os países desenvolvidos investem maciçamente em ciência e tecnologia, o governo Bolsonaro vai na contramão da história e do que acontece no mundo. Na Paraíba foi criada a Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação, numa demonstração que o Parlamento paraibano e o governo do estado compreendem a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento regional e, ao contrário do governo federal, investem na produção tecnológica”, comentou Giucélia.

Para ela, é importante que a bancada federal se una na defesa das universidades, mostrando a importância dessas instituições públicas e gratuitas no processo de desenvolvimento sustentável regional e nacional.

Paralisação nacional

Estudantes convocam paralisação pro dia 15 de maio. Foto: Manoel Ramires
Estudantes convocam paralisação pro dia 15 de maio. Foto: Manoel Ramires

Está sendo preparado para o próximo dia 15 de maio uma paralisação nacional contra os cortes na educação. No Paraná, os cortes atingem a UFPR, a UTFPR, o IFPR e a Unila. A UFPR divulgou nota em que demonstra preocupação com a iniciativa do presidente de cortar recursos da Universidade. A Reitoria alertou para o risco de paralisação total das atividades nos próximos meses.

“Este corte, de mais de 48 milhões de reais, impactará itens relativos ao próprio funcionamento da instituição, atingindo diretamente despesas ordinárias como consumo de água, energia, contratos de prestação de serviços, restaurantes universitários, entre outros. Se esta medida não for revertida, as consequências serão graves para o desempenho das atividades da Universidade no segundo semestre de 2019”.

Já a Unila observou que o bloqueio orçamentário do Ministério da Educação aplicado à UNILA impacta em 14,2 milhões de reais. Todas as universidades federais sofreram bloqueio proporcional. “Trata-se de um bloqueio sobre a Lei Orçamentária em vigor, proposta pelo Poder Executivo e aprovada pelo Legislativo, com base na qual construímos nossos compromissos financeiros e planejamento acadêmico de 2019. Entende-se que o não cumprimento dessa lei é uma decisão equivocada, baseada na falta de entendimento sobre o papel das universidades perante a sociedade, no presente e no futuro, contra a qual é preciso agir”, aponta a nota. A UNILA tem 5.207 estudantes de graduação, dos quais 3.058 são do Paraná.

Já a União Nacional dos Estudantes convoca uma paralisação para o dia contra as medidas do Governo Federal.  “A União Nacional dos Estudantes declara Bolsonaro e seu ministro Inimigos da Educação, e convoca a todos e todas estudantes, de todos os cursos e áreas, que se preocupam com o futuro do Brasil e da universidade brasileira, que nas próximas semanas se mobilizem, organizando assembleias, reuniões, junto aos Centros Acadêmicos e DCEs, Empresas Juniores, grupos de estudos, coletivos estudantis, e todos organismos que reúnam estudantes, organizando assembleias e aulas públicas, além das que já estão acontecendo, ainda nessa semana e nas próximas nas universidades para que no dia 15 de maio estejamos nas amplas mobilização do movimento educacional com atos e manifestações nas universidades como o DIA DO BASTA!”.

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