LULA anuncia a maior indústria de fertilizantes da América Latina

Governos Bolsonaro e Ratinho Junior fecharam Fafen em meio a demanda por fertilizantes

Lula anuncia intenção de concluir obras de fábrica. Foto: Divulgação
Comunicação
01.FEV.2023

A crise provocada pela guerra entre Ucrânia e Rússia mostrou a dependência do Brasil em relação aos fertilizantes. Antes autossuficiente, a produção nacional foi desmontada no Governo Jair Bolsonaro (PL). Estruturas foram vendidas, investimentos pararam, fábricas foram fechadas. Uma delas, a Fafen, em Araucária, que contou com a parcimônia do governador bolsonarista Ratinho Junior (PSD), apesar dos apelos da sociedade paranaense. Por outro lado, com a mudança no Governo Federal, o Brasil volta a investir neste mercado, o que dá esperança aos trabalhadores paranaenses.

O site “Compre Rural” informa que o presidente Lula pretende retomar as obras da Petrobras, aumentando a produção nacional em 62%.  ODesde de 2014 com as obras paradas, a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas (MS), pode ter o término visto ao horizonte. A Petrobras (PETR3, PETR4) informou na noite desta terça-feira, 24, que foi aprovado o encerramento do processo competitivo, que estava na fase vinculante, para venda integral da UFN-III, considerada a maior fábrica de fertilizantes da América Latina.

“O Brasil é grande demais para renunciar a seu potencial produtivo. Não faz sentido importar combustíveis, fertilizantes, plataformas de petróleo, microprocessadores, aeronaves e satélites. Temos capacidade técnica, capital e mercado em grau suficiente para retomar a industrialização e a oferta de serviços em nível competitivo”, a afirmação é do presidente Lula.

Fafen fechada, mesmo diante da demanda

A produção de fertilizantes e até de oxigênios poderia ser fornecida pela Fafen se ela não fosse fechada por Bolsonaro e com a conivência do governador Ratinho Junior. No começo da Guerra na Ucrânia/Rússia, especialistas criticam o fechamento da Fafen. Eles afirmavam que o Brasil havia perdido a soberania neste setor

“Hoje, porém, o Brasil importa quase 75% dos fertilizantes nitrogenados necessários para atender a demanda interna, além de importar 90% de potássio e 24% de fosfato, assim como 98% de nitrato de amônio, os dois últimos justamente da Rússia”, observam Gerson Castellano, diretor de Comunicação da Federação Única dos Petroleiros, e Pedro Carrano, jornalista e militante da organização Consulta Popular. 

Mas muito antes da guerra o fechamento era visto como um mau negócio para o Paraná. Parlamentares informaram, em janeiro de 2021, que “Fechada há um ano, Fafen-PR poderia produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora”. O Brasil vivia um dos picos da pandemia de Covid-19 e com a falta de oxigênio em todo o Brasil para pessoas entubadas. 

Inclusive, em carta a uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, a Petrobras admitiu que era possível produzir oxigênio na Fafen. A questão é o interesse político e econômico. Por outro lado, setores sindicais, hospitais e MPT Federal pressionavam para que Governo do Paraná e Federal assumissem compromisso para reabrir e Fafen e salvar vidas.

“A Petrobras esclarece que a fábrica de nitrogenados nunca produziu e não tem estrutura para isso. A planta tem uma área e precisaria de uma adaptação. Para ser feito com segurança, é necessário estudos e investimentos. Não existem insumos neste momento”, dizia a carta.

Reabertura da Fafen

Uma das reivindicações dos trabalhadores é que o plano estratégico da Petrobras envolva a retomada da produção em todo o país. A FUP e seus sindicatos tiveram encontro na sexta-feira, 27, com o novo presidente da petroleira, Jean Paul Prates, para apresentar uma série de propostas. Entre elas, segundo o SindiPetro/PR-SC, “novos investimentos em exploração e produção, respeitando conteúdo local; retomada do setor de fertilizantes, com a reabertura da Fafen-PR e conclusão das obras da fábrica de Mato Grosso do Sul.

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