Reflexões e ações contra a privatização da Copel

É preciso reunir forças para impedir avanço do processo de venda

Manifestação contra a venda da Copel. Foto: Dalie Felberg/Alep
Comunicação
12.DEZ.2022

Sérgio Inácio Gomes (*)

Aos colegas e amigos da Copel,

Ao finalizar o conturbado ano de 2022, chegando agora em meados de dezembro, quando nossas atenções se voltam às festas de confraternizações de final de ano, pretendo também anunciar meu desejo de criar já no início do próximo ano, um canal de diálogos sobre temas como as privatizações e suas consequências ao setor elétrico brasileiro.

Precisamos produzir lives, debates, discussões e interações diversas com especialistas e com a sociedade em geral e, a participação de copelianos(as) como é meu caso (copeliano aposentado), será muito importante, afinal, são assuntos que nos dizem respeito diretamente. Nossa ótica será a mesma que expressei desde sempre, conforme consta no livro documentário que escrevi sobre a campanha vitoriosa do povo do Paraná em 2001, quando a sociedade paranaense se mobilizou na defesa de seu maior patrimônio público, a Copel, contra sua privatização.

Nesse momento, o meu desejo é o de que, entre as várias ações a serem desenvolvidas por todas as pessoas que se somarem contra a privatização da Copel, possamos reunir e analisar documentos oficiais de todo tipo para entrar com representação adequada nas devidas instâncias para mostrar que não existe nenhum motivo razoável ou plausível capaz de justificar a privatização da empresa, sem transparência, de forma acelerada e mostrar que tudo isso é uma aberração. Faremos muito diálogo e mobilização na defesa da Copel em 2023. Nos aguarde.

Nesse mesmo sentido, já compartilho a informação de que nesta última quinta-feira, dia 08 de dezembro, o deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, esteve reunido com assessores do Ministro Bruno Dantas, Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). O deputado solicitou acesso aos documentos da privatização da Copel e protocolou uma representação. Ele aguarda o resultado para fundamentar a defesa da empresa que é um orgulho do povo do Paraná e que, no entanto, está sendo privatizada dessa forma, sem sequer uma justificativa racional, econômica ou financeira.

A falta de transparência, agride um dos pilares da constituição federal, que determina o seguinte:

5º, XXXIII: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Constituição Federal

Cabe a nós, copelianos(as) ou ex-copelianos(as), enquanto cidadãos(ãs), nos somarmos ao conjunto da sociedade e de forças políticas que se opõem à esse projeto de interesse escuso, que pretende se apropriar e se beneficiar de um patrimônio público que não lhe pertence, para que assim, possamos defender nossa empresa que foi construída pelo esforço do povo do Paraná. Os paranaenses jamais desejaram que ela viesse a se transformar em um simples objeto de especulação econômico financeira, como ela tem se transformado desde o final dos anos 90 sob os ventos privatizantes, inspirados pelo já mal fadado pelo mundo afora, mas no Brasil, ainda não sepultado, “Consenso de Washington”, cujos detalhes vocês podem encontrar no livro documentário “A Copel é Nossa” de minha autoria.

(*) Professor de Engenharia Elétrica do Campus Paranavaí do IFPR, Engenheiro eletricista, Doutor em Eng. Química, Diretor sindical do SENGE/PR e do SINDIEDUTEC, autor do livro documentário “A Copel é Nossa”.

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