Senge Jovem reúne estudantes em debate sobre gênero, neste sábado

Senge Paraná
21.OUT.2017

Relatos de vida, reflexões teóricas e históricas deram o tom do evento “Para Além do Gênero”, realizado pelo Senge Jovem Paraná, no auditório do Senge, na manhã deste sábado (21). As debatedoras convidadas foram Heliana Hemetério, historiadora e integrante do Conselho Nacional de Saúde, Giuliana Alboneti, advogada trabalhista feminista, e Karina, criadora da marca Puta Peita.

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Giuliana Alboneti garante que, depois de tomar conhecimento da forma como o machismo está presente no dia a dia, a postura das mulheres se transforma: “Você vai perceber que você não pode se dar ao luxo e de não ser feminista”. Na avaliação da advogada, as opressões físicas e psicológicas às quais as mulheres estão submetidas fazem com que fiquem mais vulneráveis: “Ser mulher é fator de risco, neste contexto do patriarcado, e ser negro ou negra torna o risco ainda maior, por conta do racismo”.

A advogada chama atenção para a onda de projetos conservadores e machistas em trâmite no Congresso Nacional, em especial no que diz respeito aos direitos das mulheres sobre o próprio corpo. A relação de projetos ameaçadores está reunida em um Alerta Feminista, divulgado neste ano.

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Heliana Hemetério, historiadora, conselheira nacional da saúde, com longa trajetória na militância feminista, LGBTT e da questão racial, aponta a necessidade do avanço nos diálogos entre os movimentos sociais, em especial entre as mulheres negras e brancas: “É preciso que a gente faça uma resistência forte e diferente do que já fizemos anteriormente. Agora ter muito mais intersecção e solidariedade entre nós. Precisamos conversar, e com tranquilidade, porque o momento é de muita agressividade”.

A historiadora aconselha as jovens negras que estão tendo acesso a universidade a manterem a compreensão de quem são: “A gente está se formando, as cotas estão aí. Mas não podemos formar uma elite na universidade. É a mesma coisa das mulheres na engenharia. Você pode ser uma ótima engenheira, mas vai continuar sendo uma mulher engenheira”.

Ela reforça a importante se reconhecer e não aceitar a construção feita pela sociedade patriarcal e racista. A ênfase de Heliana é com relação à hiperssexualização: “Se você não tem consciência de quem você é, vai referendar o que estão dizendo sobre você e sobre o seu corpo”.

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Karina Gallon, criadora da marca Puta Peita, relatou o processo de criação do projeto. De acordo com a jovem, a intenção da marca é produzir camisetas que ajudem a empoderar as mulheres e a espalhar a mensagem do feminismo.

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