Trabalhadores da Cohab encerram greve, mas prometem manter mobilização

Senge Paraná
14.JUN.2018

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A greve dos funcionários da Companhia de Habitação Popular de Curitiba se encerrou por volta das 16h30 desta quinta-feira (14), após quatro dias de paralisação. Os salários dos trabalhadores que ainda não haviam recebido o pagamento do mês de maio, 15 dias após o prazo, foram depositados na tarde hoje.

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Em audiência na 6ª Vara do Trabalho, realizada também na tarde desta quinta, o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR)e o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas (Sindarq) firmaram um acordo com a diretoria da Cohab para a garantia do pagamento de débitos já previstas no Acordo Coletivo, que serão pagos até o dia 29 de junho. Ficou garantido também o pagamento dos salários e dia, sem novos atrasos, até dezembro.

Além disso, os sindicatos que representam os trabalhadores e o secretário de governo da Prefeitura, Luiz Fernando de Souza Jamur, devem se reunir na tarde desta sexta-feira (15) sobre a data do pagamento. As entidades sindicais defendem o último dia útil do mês, conforme está previsto no Acordo Coletivo.

Direito à moradia

Para além da urgência no recebimento dos salários atrasados, a greve demonstrou a preocupação dos trabalhadores e dos sindicatos com a efetivação do direito à moradia e das políticas públicas de habitação popular para a capital. Atualmente, há 51 mil pessoas inscritas na fila da Cohab, pelo acesso à casa própria.

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Edilene Pires da Silva Andreiu, engenheira civil da Cohab e diretora do Senge-PR

“Este movimento não vai parar por aqui. As pessoas não querem mais ficar nessa dúvida se vão receber ou se não vão receber. Mas nós não trabalhamos só pelo dinheiro. A maioria trabalha porque quer ver o direito à moradia acontecendo na prática, para a população que precisa ser atendidas pelas políticas públicas”, garante Edilene Pires da Silva Andreiu, engenheira civil da Cohab e diretora do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

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Leandro Grassmann, vice-presidente do Senge-PR

“Este movimento foi muito além da reivindicação do pagamento dos salários, mas reabriu um debate urgente sobre as políticas públicas de habitação popular para Curitiba”, avalia Leandro Grassmann, vice-presidente do Senge-PR.

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Valdir Mestriner, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano)

“A greve atingiu o objetivo principal que era o pagamento dos salários atrasados, mas serviu também para identificar diversos problemas existentes na Cohab. Os trabalhadores perceberam que a união pode levar à resolução desses problemas de forma a melhorar o atendimento à população e ampliar o debate me torno da política de moradia para Curitiba”, avaliou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano), Valdir Mestriner.

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Ricardo Polucha, arquiteto da Cohab desde 2003

Ricardo Polucha, arquiteto da Cohab desde 2003, relaciona atraso nos salários com a aplicação das políticas de habitação popular pela Prefeitura de Curitiba, comandada por Rafael Greca (PMN). “A gente percebeu que, na verdade, tem que discutir o papel da Cohab dentro da prefeitura. Resolvendo isso, a gente resolve também o nosso salário”. Ele reforça o papel da Companhia de atender a população que não tem recursos para acessar a casa própria. “A Cohab não é uma imobiliária, como muitos pensam, que pode, a partir da geração de renda ou com o trabalho que ela faz, se sustentar”, por isso a necessidade do investimento público, completa o arquiteto.

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