Diretor da Copel ofende funcionários em rede social

Nota de Repúdio: Adjetivo utilizado por Thadeu Silva compara copelianos a porcos

Foto: Thiago Gomes/ SUSIPE
Comunicação
15.JAN.2021

O diretor da Copel, Thadeu Silva, comparou os funcionários da empresa a “PORCOS DE GRANJA”. O termo foi usado para “separar” os profissionais que avançam na carreira com aqueles que não conseguem o selo PMP (Project Management Professional). O comentário foi feito na rede Linkedin. Ele fere o Código de Conduta da empresa e repercutiu mal entre os copelianos.

Ao parabenizar um colega pelo certificado, Thadeu Silva, que é diretor de Operações e Manutenção da Copel Geração e Transmissão, mostrou o que pensa sobre seus colegas de profissão sem a mesma qualificação. “Seja bem vindo ao seleto time dos PMPs! Agora, não tem espaço para “porco de granja”! Mete bronca em Colider, pois teremos outros tantos projetos pela frente!”, comparou.

No começo do ano, Diretor da Copel compara menos qualificados a animais confinados para o abate. Imagem: Reprodução LinkedIn

A expressão demonstra desprezo aos colegas, pois denota que os “porcos de granja” são animais confinados, ignorantes e prontos para o abate. A expressão, além de chula e de demonstrar desprezo pelos trabalhadores que movem a empresa, causa espanto porque parte do alto escalão da Copel, revelando como pensa quem é responsável por dirigir e motivar as equipes. Ela é usada logo após a Copel encaminhar aditivo ao PLR mudando a forma de cálculo do pagamento de seus “porcos de granja”.

Além disso, demonstra visão deturpada e despreparo sobre a realidade brasileira em que cada vez mais o mercado de “porcos de granja” se torna lucrativo no país. De acordo com o Cepea, o Brasil registrou um ano positivo em 2020 no mercado de suínos e espera a manutenção dos números em 2021 com foco na exportação.

“A demanda externa por carne suína deve continuar firme, sustentada pelas compras chinesas, ao passo que a procura interna deve ser favorecida pela possível retomada econômica”, projeta o Cepea.

Foto: Thiago Gomes/ SUSIPE

Sendo assim, ser “porco de granja” tanto no mercado suíno quando na Copel, empresa que bate recordes de lucratividade, revela uma alta capacidade de trabalho, de gerar renda e de sustentar desde porquinhos a suínos “Landrace” que estão no topo da cadeia de geração e transmissão.

Processo disciplinar e pedido de desculpas

Por outro lado, embora devam ser valorizados os “porcos laranjas”, devem ser repreendidos aqueles que tentam minimizar publicamente esses trabalhadores, conforme o próprio Código de Conduta da Copel.

Se a empresa realmente tem o compromisso de apoiar, proteger e preservar os direitos humanos e as relações de trabalho, adotando políticas e práticas que contribuam para este fim, se espera que no mínimo seja aberto um processo disciplinar para que Thadeu Silva, diretor de Operações da Copel GeT, conduza publicamente, virtualmente e até privadamente suas relações com os funcionários não tão bem qualificados quanto ele com objetivo de promover a “harmonia, solidariedade, dignidade, respeito, transparência e lealdade”, além de aprender a “aceitar, respeitar e valorizar a diversidade”.

O Senge-PR, nesta nota de repúdio, vai solicitar um pedido formal de desculpas do bem formado executivo e acionar a Copel para questionar se a empresa compactua com opiniões de seus diretores com relação aos seus funcionários.

OUTRO LADO

Posteriormente em sua rede social, o diretor de operações da Copel Geração e Transmissão disse que houve um equívoco em suas palavras. “Entendo que errei ao trazer à público, em termos que soam indevidos quando lidos de forma descontextualizada, um diálogo pessoal e feito de forma descontraída. Jamais pretendi ofender ninguém e peço desculpas caso o entendimento tenha sido contrário ao meu”, disse Thadeu Silva.

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