Festa da Colheita de Soja Livre de Transgênico do PR mostra potencial da reforma agrária

Para ministro da Agricultura, pequeno e grande agricultor podem caminhar lado a lado

Mais de 2.500 pessoas participaram da Festa da Colheita. Foto: Juliana Barbosa

INFORMAÇÕES MST e AGÊNCIA BRASIL | No fim de semana foi realizada a 1ª Festa da Colheita da Soja Livre de Transgênico da Reforma Agrária Popular do Paraná, em Centenário do Sul, norte do Paraná. O evento contou com a presença dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Fávaro, e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. Participaram também da Festa da Colheita, o secretário da Casa Civil do Governo do Paraná, João Carlos Ortega, representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)

O plantio e a comercialização da soja livre de transgênicos faz parte da estratégia do MST, por isso, as iniciativas têm se multiplicado no estado. Os assentamentos 8 de Abril, do município de Jardim Alegre, e Novo Paraíso, em Boa Ventura de São Roque, também iniciarão em breve as colheitas de lavouras de soja orgânica. Em Jardim Alegre, são 44,62 hectares de cultivo do grão livre de transgênico, sendo 8,38 destes de produção orgânica já certificada. Já em Boa Ventura de São Roque, o plantio atualmente é de três hectares de soja orgânica, com perspectiva de crescer nos próximos anos. A produção tem acompanhamento técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

Carlos Fávaro é nascido em Bela Vista do Paraíso, município vizinho de Centenário do Sul, e se emocionou ao retornar a região. Foto: Juliana Barbosa

Agricultura familiar

Os assentamentos e acampamentos do MST do Paraná já atuam nas cadeias produtivas do arroz, do milho, do leite, do hortifrúti, da cana-de-açúcar e da erva-mate. São mais de 50 agroindústrias e 20 cooperativas da Reforma Agrária no estado que organizam a produção e a comercialização dos alimentos. Por meio destas estruturas coletivas, as comunidades agregam maior valor à produção, aumentam a renda das famílias e fortalecem o desenvolvimento local e regional.

O Movimento tem avançado na organização de cadeias de produção, e agora expande também para a soja livre de transgênicos. A intenção é organizar a cadeia produtiva completa da soja, desde a produção de sementes, passando pela produção de grãos, até a posterior industrialização e comercialização. 

“Estamos também trabalhando na perspectiva de construir agroindústria, tanto para a produção de óleo, quanto para ração, para agregar valor, mas também para transformar a soja numa cadeia produtiva importante para a agricultura familiar, para os assentamentos da reforma agrária”, garante um dirigente.

Agro Indústria e pequeno produtor

O ministro Carlos Fávaro destacou que “todos que têm vocação para agricultura devem ter o direito de ter um pedaço de terra”. Para ele, a ação do MAPA e do MDA é “indivisível” e deve ocorrer de forma articulada.  

“Não existem duas agriculturas, todos os homens e as mulheres que têm vocação para produzir devem ter o direito de ter um pedaço de terra, independente do tamanho da propriedade. Não vamos deixar de fazer política pública juntos. É impossível, por exemplo, o serviço de defesa que é tão necessário para a certificação dos produtos não estar no Ministério da Agricultura ou mesmo o Plano Safra”, declarou.

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