Quedas de luz atrasam a produção rural do Oeste do Paraná

A Agricultura familiar é a mais atingida com o problema e Copel é questionada

Foto: Copel
Comunicação
27.ABR.2022

Sindiseab e Senge-PR

O recebimento de um insumo básico – energia elétrica tem sido um dos piores problemas para a produção agropecuária da região rural de Cascavel. As frequentes interrupções no fornecimento e os prejuízos causados pelas quedas afetam principalmente a produção de leite, peixes, suínos e aves. O tema foi abordado pelo vereador Edson Souza (MDB). Ele relata sobre a situação de moradores da zona rural de Cascavel, que sofrem com a precarização do serviço oferecido pela Copel principalmente por causa das terceirizações.

De acordo com o vereador, a piora dos serviços terceirizados é constatado na falta de investimentos na rede elétrica e diz que protestos podem ocorrer, por parte da população, caso a qualidade do serviço não seja melhorada.

“Os agricultores estão pedindo ajuda. A reclamação não se restringe a um fim de semana ou a queda de energia por causa das chuvas. Eles afirmam que mesmo com sol, com dia firme, a luz caí e demora muito para retornar. O que é mais grave é que eles dependem da luz para fazer a distribuição de água via poço artesiano”, argumenta Edson Souza, esclarecendo que estão perdendo os lucros com essas despesas. 

Vereador Edson Souza (MDB) questiona prestação de serviço

De acordo com a agricultora, Elci Gomes, moradora do Rio Salto em Cascavel, a média é de 10 ou mais oscilações semanais no fornecimento de energia. “Perdemos aparelhos domésticos, temos problema nos motores dos aviários e não temos o que fazer, porque os prejuízos são muito grandes. A gente na agricultura já está sofrendo com a estiagem, e ainda mais esses problemas na energia elétrica, está difícil”, ressalta. 

Cobranças à Copel e deputados

A  falta de manutenção na rede elétrica da área rural também é uma demanda que afeta diariamente a região e é alvo de um ofício encaminhado pelo SINDISEAB à Companhia Paranaense De Energia (Copel). A entidade solicita esclarecimentos e providências referente à constante queda de energia nas propriedades rurais e também cobrou da Assembleia Legislativa do Paraná sobre o processo de terceirização da Copel.

O sindicato tem recebido diversas mensagens de moradores que reclamam dos problemas citados acima. Já houveram audiências públicas sobre o tema em Guarapuava, Maringá, Ponta Grossa, Londrina, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Morretes.

O Senge-PR também tem questionado a diretoria da Copel com relação às escolhas relativas ao orçamento de de investimentos de uma empresa que teve faturamento líquido de R$ 5 bilhões e distribuiu R$ 3 bilhões em dividendos para os acionistas. Segundo relatório da companhia, os investimentos pouco cresceram em dois anos e foram direcionados para “prudentes”, quando há retorno na cobrança tarifárias. Em 2019, enquanto o fluxo de investimentos chegou a ordem de R$ 1,9 bilhões, em 2020 caiu para R$ 1,8 bilhão. Os investimentos ainda caem na previsão de 2022. Desceu de R$ 2,17 bilhão de 2021 para R$ 2,06 bilhão em 2022. 

Geradores para agricultores

Para tentar auxiliar os pequenos produtores durante as quedas de energia, o SINDISEAB  protocolou em dezembro na Assembleia Legislativa um envio de expediente ao secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, propondo a implantação de subsídios para aquisição de geradores.

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