Trabalhadores da Compagas aprovam pauta de reivindicações para ACT 23

Além de reposição inflacionária, preocupação é com a garantia de emprego com a venda da empresa

Comunicação
14.MAR.2023

Nesta segunda-feira, 13 de março, aconteceu a primeira Assembleia Geral Extraordinária da campanha salarial de 2023 dos trabalhadores da Compagas. A AGE, que teve o objetivo de definir a pauta de reivindicações e unificar as demandas do Senge-PR, SINDENEL, SINTEC e SINAEP, aconteceu no 9º andar da sede da empresa e contou com a presença de mais de 40 trabalhadores e trabalhadoras.

Entre os pontos de pauta debatidos na AGE estão a reposição salarial e aumento real, reajuste de benefícios de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), além de manutenção de conquistas anteriores. A pauta também propõe um Acordo Coletivo de Trabalho com duração de dois anos, como o adotado em empresas como Copel e Sanepar.

:: Leia a pauta de reivindicações aqui

Um tópico de preocupação para os trabalhadores, que deve ser trazido para a mesa de negociação, é a privatização da Compagas, que o Governo Ratinho Junior (PSD) pretende concretizar ainda em 2023. A pauta unificada inclui garantias para os trabalhadores em caso de alteração do controle acionário majoritário da empresa, como a manutenção do quadro funcional, continuidade do patrocínio no plano previdenciário e plano de saúde da Fundação Copel e um novo plano de demissão voluntária. Segundo o presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann, garantias similares foram negociadas para o mais recente ACT da Copel, que também é alvo da política de privatização de Ratinho Junior: “sendo a Copel a sócia majoritária da Compagas, faz sentido pensar na possibilidade de implementar garantias neste momento de incertezas”, declara Grassmann.

Presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann

A Assembleia contou com a presença do presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann, e foi conduzida pelo representante do SINDENEL, Carlos Minoru Koseki. A pauta de reivindicações aprovada foi protocolada junto à Compagas nesta terça-feira (14), juntamente com um pedido de abertura de mesa de negociação.

Privatização

Durante sua diplomação em 1º de janeiro, Ratinho Junior (PSD) citou a privatização da Compagas como um de seus objetivos de governo para 2023. A venda da empresa já está, inclusive, prevista em Lei: sancionada em 24 de novembro de 2022, depois de passar pela Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) em tempo recorde, a Lei 21.272, além de prever a privatização da Copel, autoriza o governo a “alienar ou transferir as participações minoritárias diretas e indiretas no capital social da Companhia Paranaense de Energia – COPEL e suas subsidiárias”. Como ativo da Copel e alvo de Ratinho Junior, a Compagas deve ser a próxima vítima do atual governo.

Um fator decisivo para o início da privatização da Compagas foi a concessão do serviço de distribuição de gás encanado no Paraná, renovada pela Copel em 27 de dezembro, com um período de 30 anos. O contrato anterior se encerraria em julho de 2024, mas a renovação foi antecipada para acelerar os planos de venda e tornar a empresa atrativa para o mercado. Para renovar a concessão, a Compagas pagou ao governo do estado R$ 508 milhões. “Eu faço a renovação da concessão do gás e depois a gente faz a privatização”, declarou Ratinho Junior em 1º de janeiro.

A venda da Compagas ainda não foi anunciada mas, em maio de 2022, o presidente da Copel, Daniel Slaviero, declarou que um leilão na B3 seria organizado em 180 dias a partir da renovação da concessão, sem ultrapassar o prazo do primeiro trimestre de 2023.

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