Em ato contra privatização da Sanepar trabalhadores exigem a renúncia de secretário da Fazenda

Senge Paraná
21.MAIO.2015

Com o apoio de lideranças sindicais, trabalhadores da Sanepar se manifestaram, nesta quinta-feira, 21, em frente à sede da empresa em Curitiba,  contra a privatização de parte da Companhia de Saneamento do Paraná anunciada em entrevista pelo secretário da Fazenda do Estado e presidente do Conselho Administrativo da Sanepar, Mauro Ricardo Machado Costa.

Funcionários da Sanepar pedem a saída do secretário da Fazenda e presidente do Conselho de Administração, Mauro Ricardo Costa.

Funcionários da Sanepar pedem a saída do secretário da Fazenda e presidente do Conselho de Administração, Mauro Ricardo Costa.

 

No ato, realizado no dia em que se reúne o Conselho de Administração da Sanepar, os trabalhadores pediram a renúncia de Mauro Ricardo Costa, posição  manifestada também em ofício enviado ao presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) e mais 14 entidades sindicais que compõem o Coletivo Sindical da Sanepar.

Leandro Grassmann, diretor de negociações do Senge, no ato em defesa da Sanepar.

Leandro Grassmann, diretor de negociações do Senge, no ato em defesa da Sanepar.

O diretor de negociações do Senge-PR, engenheiro Leandro Grassmann, convocou os saneparianos a comprar ações ordinárias da Companhia para tomar parte nas decisões do Conselho de Administração. “Qualquer um de nós pode comprar, o mínimo que seja, de ações da Sanepar que estão disponíveis na Bolsa de Valores de São Paulo.  Quem compra ações ordinárias tem direito de participar da reunião de acionistas da empresa. É o convite para o acesso direto ao presidente do Conselho de Acionistas, ao presidente da Sanepar e aos diretores. Um acesso que no dia a dia nos é negado. Acionista tem voz dentro da empresa”, afirmou.

Artigo do Estatuto Social da empresa que prevê a participação de acionistas nas decisões do Conselho de Administração.

Artigo do Estatuto Social da empresa que prevê a participação de acionistas nas decisões do Conselho de Administração.

Na condição de sociedade de economia mista, a Sanepar conta com recursos públicos e privados e pode oferecer ações no mercado financeiro. As ações ordinárias (ONs) da Companhia de Saneamento do Paraná, aquelas que dão ao acionista o direito a voto, segundo previsto no estatuto social da empresa, constituem pouco menos de 61% do capital da Sanepar e o governo detém 58% desses papéis. O restante está nas mãos de grupos privados. O valor de mercado de uma ação ordinária da empresa está em R$ 7,67, segundo a cotação desta quinta-feira, 21 de maio.

“O governador colocou o secretário da Fazenda na presidência do Conselho de Administração somente para agilizar a venda das ações. Com o anúncio que ele fez, as ações da Sanepar e da Copel subiram. Além disso, estão aprovando cargos de conselheiros estratégicos e outros comissionados, ex-vereadores e prefeitos, enquanto o futuro dos funcionários da empresa está nas mãos dos conselheiros. Somos contra a privatização da empresa. Fora, Mauro!”, conclamou o presidente do Sindicato dos Químicos no Estado do Paraná (Siquim), Elton Evandro Marafigo.

Para o deputado estadual Tadeu Veneri, o anúncio da possibilidade de negociar ações da Sanepar e Copel foi premeditado pelo governo,  numa ação que qualifica “como parte de um processo perverso para transferir o controle acionário das empresas sem colocar a mão no dinheiro.”

O líder da oposição na Alep, Tadeu Veneri, diz que o anúncio da venda de ações da Sanepar é um jogo de cartas marcadas.
O líder da oposição na Alep, Tadeu Veneri, diz que o anúncio da venda de ações da Sanepar é um jogo de cartas marcadas.

“Quando o presidente do Conselho de Administração da Sanepar, que também é secretário da Fazenda, faz uma declaração, em meio a uma greve dos servidores públicos, de que é possível que sejam colocadas à venda parcelas de ações da Sanepar e da Copel para arrecadar recursos e reforçar o caixa do governo não é apenas uma manifestação infeliz, mas uma declaração pensada para lançar ações a preços majorados. É um jogo de cartas marcadas, como já foi feito anteriormente com o Consórcio Dominó, para que determinadas empresas ganhem milhões no mercado. Fazem um jogo aqui para o ganho de grupos. “, disse o líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Tadeu Veneri.
Trabalhadores da Sanepar nas regionais de Maringá e Londrina também aderiram ao movimento em defesa da companhia.

O movimento em defesa da Sanepar teve a adesão de funcionários das regionais no interior do Estado.

O movimento em defesa da Sanepar teve a adesão de funcionários das regionais no interior do Estado.

 

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