Nova diretoria do Senge-PR toma posse para o triênio 2023/2026

Solenidade ocorreu nesta quinta-feira (1), em cerimônia realizada na APP Sindicato

Nova diretoria tomou posse nesta quinta-feira (1). Foto: Joka Madruga/Senge-PR
Comunicação
02.JUN.2023

Aconteceu, nesta quinta-feira (1), a posse da nova diretoria colegiada e do conselho fiscal do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR). A cerimônia, realizada na APP Sindicato, contou com a presença de mais de 130 pessoas, entre representantes de entidades, sindicatos, movimentos sociais e órgãos públicos. A nova gestão assume o Senge-PR para o triênio 2023/2026.

Participaram da mesa de posse o presidente reeleito do Senge-PR, Engenheiro Eletricista Leandro José Grassmann; a vice-presidente, Engenheira Cartógrafa e de Agrimensura Ágatha Branco; o Diretor-Geral da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), Richardson de Souza; a Coordenadora do escritório estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Leila Klenk; a Vereadora Professora Josete; o Procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Alberto Emiliano de Oliveira Neto; o Presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Engenheiro Eletricista Roberto Freire; o diretor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Engenheiro Agrônomo Clodomir Luiz Ascari; o diretor do Senge-PR, Engenheiro Agrônomo Luiz Antonio Scheuer; e a representante do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Mariana Kauchakje.

A nova diretoria assume após uma gestão que, eleita em plena pandemia de Covid-19, não pode tomar posse presencialmente. A atuação do Sindicato durante a crise sanitária foi pauta do discurso do Presidente Leandro Grassmann, que abordou também a história da entidade, a valorização da engenharia e da carreira de engenheiro, e a privatização da Copel. Sua fala contemplou ainda o papel indutor do Senge na discussão de políticas públicas, na melhora de condições de vida da população, especialmente os mais carentes e que vivem à margem da sociedade. Incentivo à inovação e ao conhecimento, parcerias com entidades de classe, conselho profissional e administração pública também estavam na pauta.

A Diretoria eleita renova-se, e contempla tanto profissionais mais experientes quanto novos diretores.  “Temos profissionais que estão se aproximando da gente há pouco tempo e vem somar nessa eterna luta para transformar o nosso país num país melhor e pra gente buscar a valorização da nossa profissão.”, declarou.

Presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann. Foto: Joka Madruga/Senge-PR

“Apesar de todos os contratempos, nós sempre mantivemos o objetivo de devolver a engenharia, a agronomia e as geociências ao seu lugar de destaque na sociedade. A engenharia é o catalisador que nos impulsiona e, portanto, a gente tem que valorizar.”, disse Grassmann, citando os retrocessos vividos pela classe trabalhadora durante os últimos anos, intensificados no período pandêmico. “Somos resistentes há muito tempo e pretendemos continuar resistentes. Passo a passo, ação a ação”, disse, citando o nome da chapa eleita, “Senge Unido e Forte: da resistência à reconstrução”.

Grassmann também lembrou que o sindicato é uma entidade plural, composta de diretores com diferentes visões de mundo e distintas habilidades técnicas. “As decisões do sindicato são tomadas de forma colegiada, e a história da entidade foi e continua sendo escrita a muitas mãos. Muito do que se vê hoje é fruto do trabalho de todos os profissionais que já passaram pelo Senge”, citou, nominando os ex-Presidentes que estavam presentes: Ulisses Kaniak, Valter Fanini e Carlos Roberto Bittencourt. Foi citado ainda, com menção honrosa, o ex-presidente do Senge e da Fisenge, José Carlos Correa Soares, falecido em 2021.

O Presidente reeleito também enumerou os desafios que aguardam a nova gestão: o congelamento do Salário Mínimo Profissional, a busca pela engenharia como uma carreira de estado, a valorização dos profissionais que atuam na esfera pública, a aproximação com os engenheiros e engenheiras em formação. “Precisamos ter os estudantes mais próximos. Eles precisam ter oportunidades para compreender o mundo do trabalho e, ao final do curso, terem condições de ingressar no mercado de trabalho em posições qualificadas e que os valorizem.”, citou Grassmann.

A atual diretoria, após longos meses afastada de visitas e reuniões presenciais, tem retomado a agenda de viagens ao interior do Paraná. Agenda que será intensificada. “Estaremos presentes no interior, iremos interagir com as nossas Regionais e buscar ainda mais proximidade com nossos representados. Importante termos a maior proximidade com cada profissional em cada local deste Estado.”

Presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann. Foto: Joka Madruga/Senge-PR

Sobre a Copel, Grassmann resgatou a história da tentativa de privatização realizada em 2001 e contada pelo Engenheiro Eletricista Sérgio Inácio Gomes no livro “A Copel é Nossa” e criticou o atual processo de privatização da Companhia: “esse processo é um ataque à população paranaense. Não podemos deixar vender a maior empresa do Paraná. Uma das maiores empregadoras de engenheiros e que, no passado, foi um celeiro de grandes mentes e de inovações”.

Primeira mulher a assumir a Vice-Presidência na história do Senge-PR, Ágatha Branco focou seu discurso nas mulheres: “em mais de 80 anos de história do Senge, hoje subimos mais um degrau. Ocupamos a vice-presidência do Sindicato dos Engenheiros e das Engenheiras. Sim, das Engenheiras”. Exaltando as conquistas feministas, Branco ressaltou a importância da participação feminina no Sindicato e nos espaços públicos: “precisamos trazer mais vozes femininas para os sindicatos, para a política, para falar de igual para igual com os colegas e defender nosso espaço, nossos direitos, avançar nas conquistas e lutar por respeito”. A atual gestão é a que tem a maior participação feminina da história: um terço da Diretoria Colegiada é composta por mulheres. No Conselho Fiscal, metade.

A Vice-Presidente também trouxe a questão da pejotização do mundo do trabalho e a necessidade de o Sindicato se inserir nesta pauta e oferecer serviços para os profissionais que atuam nesta modalidade de trabalho: “O sindicato precisa proporcionar advogados, contadores, espaços de coworking para atender essas mulheres e homens”.

Sobre a história de luta do Senge-PR, os componentes da mesa ofereceram saudações para a entidade e sua nova gestão. Mariana Kauchakje, do MTST, agradeceu a parceria histórica do Sindicato: “Eu queria trazer a alegria que é fazer essa luta juntos, saber que essa nossa luta não é sozinhos, e saber também que os movimentos sociais urbanos podem contar com os engenheiros do Paraná”. Luiz Antonio Scheuer, que representou as regionais do Senge-PR na mesa, falou sobre a luta do Sindicato na defesa dos trabalhadores: “é uma luta muito grande contra dois gigantes, o poder econômico e o patronal”.

A Vice-Presidente Ágatha Branco e o Presidente Leandro Grassmann. Foto: Joka Madruga/Senge-PR

Durante sua fala, a Engenheira Cartógrafa trouxe a luta das mulheres negras, que enfrentam mais obstáculos para ingresso e permanência nas universidades e no mercado de trabalho: “muitos acham que elas não são capazes. Mas não. É porque o racismo fecha portas”.

O representante do Crea-PR, Clodomir Luiz Ascari, exaltou as contribuições do Senge-PR para a engenharia paranaense: “praticamente 80 a 90% do PIB do Paraná passa por dentro das engenharias, e o Senge faz parte dessa história. É importante essa participação e esse envolvimento”. O Presidente Fisenge, Roberto Freire, falou sobre a parceria com a Federação o trabalho “hercúleo” que a entidade tem pela frente na defesa da engenharia: “a gente precisa reconstruir esse país pra deixar uma situação melhor para os meus netos que nasceram no mês passado. Eles precisam de um mundo melhor do que esse”.

O Procurador do MPT, Alberto Emiliano de Oliveira Neto, falou sobre a defesa dos trabalhadores travada pelo Sindicato: “eu sou testemunha do compromisso que o Senge tem com a categoria. Seja no judiciário, seja perante o MPT, nas diversas ações nas quais eu vejo essa diretoria, que tem uma atuação efetiva, muito forte, até muitas vezes intransigente no que se refere à defesa dos interesses da categoria”. A Vereadora Professora Josete também citou a luta histórica do Senge: “sempre foi uma entidade que lutou pela categoria, pelos seus direitos, e também sempre esteve junto nas lutas sociais. O Senge sempre foi uma referência para nós”.

Para a Coordenadora do escritório estadual do MDA, Leila Klenk, que também é Engenheira Agrônoma, “o Senge tem um braço muito forte ligado ao campo. O Senge defende as minhas causas como profissional”. Richardson de Souza, Diretor-Geral da SEAB, também ressaltou a história de lutas do Senge: “lutas importantes em defesa da democracia, em defesa do engenheiro e da engenheira, em defesa da sociedade”.

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