Assessoria Imprensa Fisenge
RIO DE JANEIRO | Mais de 50 pessoas participaram do seminário “Fortalecendo as entidades de classe da engenharia”. Promovido pela Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) com patrocínio do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e apoio do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro), o evento tem o objetivo de fortalecer o papel das entidades de classe da engenharia da defesa dos direitos dos profissionais. De acordo com o engenheiro e presidente da Fisenge, Roberto Freire, é preciso conhecer a história das entidades para que possamos atender os desafios e as responsabilidades de hoje em dia.
O presidente do Crea-RJ, Luiz Cosenza, falou sobre a interiorização das entidades de classe. “Muitos profissionais estão no interior e atuamos nas inspetorias fiscalizando os planos de cargos e salários que, muitas vezes, são vergonhosos. Além disso, temos feito um trabalho de ampliar o número de mulheres no Crea-RJ pelo estado”, disse.
Já o dirigente da CUT-RJ (Central Única dos Trabalhadores), Adeílson Telles destacou que as entidades de engenharia têm centralidade na reconstrução do país e em defesa da soberania nacional. O professor e representante do Confea, Jorge Bittencourt relembrou um dos recentes ataques à engenharia no Congresso Nacional com a PEC 108 que desregulamentava as profissões. “Foi graças à mobilização dos profissionais do Sistema que a PEC foi arquivada, mas pode voltar ainda pior. A engenharia é fundamental na defesa da segurança, da saúde e da vida da nação brasileira”, pontuou. Osvaldo Neves, representante da Mútua-RJ, apresentou um histórico sobre a entidade e seus benefícios aos profissionais.
A segunda mesa sobre “Direitos dos engenheiros e das engenheiras, assessoria parlamentar e negociações coletivas” contou com a participação
O economista e o técnico do Dieese trouxe um panorama sobre o impacto da política econômica nas negociações coletivas. “Desde 2016, mudanças importantes ocorreram em nosso Sistema de Relações de Trabalho (SRT). A Lei 13.467/2017, mais conhecida como Reforma Trabalhista, pode ser considerada o expoente máximo das mudanças e impactou as relações capital-trabalho através: da criação de novas formas de contratação, de transformações na organização e financiamento sindical, teve consequências na Justiça do Trabalho, nas negociações coletivas”, explicou Fernando que ainda acrescentou: “O desmonte institucional, entretanto, é mais amplo e, somado a uma conjuntura política turbulenta e a uma conjuntura econômica desfavorável e desafiadora para a classe trabalhadora, têm reverberado em perda do poder de compra e dificuldades em conseguir bons acordos nas negociações coletivas”.
O diretor de negociação coletiva da Fisenge, Fernando Jogaib, lembrou do projeto de lei 626 Projeto de Lei nº626/2020, que dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional. De autoria do deputado federal, Rogério Correia (PT-MG), o projeto é uma iniciativa da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) que, em 2019, debateu nas reuniões de diretoria e em fevereiro de 2020, junto com o Confea, entregou a proposta de projeto de lei para o autor, cuja relatoria é da deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Assine o abaixo-assinado AQUI
O engenheiro e diretor do Senge-MG e da Fisenge, Ricardo Soares abordou um cenário das negociações coletivas dos engenheiros e das engenheiras. Já o advogado e assessor parlamentar, Maximiliano Garcez, falou sobre os prejuízos da Reforma Trabalhista para o movimento sindical e apontou os desafios da atual conjuntura política. “O Brasil possui vários instrumentos de luta para o movimento sindical e temos que eleger uma bancada pró-trabalhador nessas eleições”, disse, alertando sobre as recentes privatizações das estatais: “mesmo com denúncias internacionais, o atual governo privatizou empresas importantes para o Brasil e a soberania nacional”.
Sobre a política sindical para pessoas desempregadas, a engenheira e presidente do Senge-SE, Marina Bezerra sugeriu a nomeação do “sócio-temporário” por um ano que teria todos os direitos e sem nenhum custo.