Com pressão dos sindicatos, negociação na Copel será retomada na próxima semana

Senge Paraná
22.SET.2017

Com informações do Coletivo Copel

Encerrou nesta quinta-feira (21), após três dias de discussão entre sindicatos e empresa, a primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2017/18 dos trabalhadores da Copel. Considerada insatisfatória pelo Senge e demais sindicatos, a proposta apresentada pela empresa atende apenas o reajuste salarial pelo INPC, estimado em 1,95%. Após pressão dos sindicatos, a Copel adicionou à proposta um abono de 35% da remuneração mais parte linear de R$ 1.350,00.

Negociação do ACT será retomada na próxima semana
Negociação do ACT será retomada na próxima semana – foto Coletivo Copel

Não é aceitável que a empresa tenha bons resultados e que isso não se reflita em melhores condições de trabalho e em um acordo melhor. É fundamental neste momento o apoio da categoria para que possamos avançar em uma proposta que atenda de fato as necessidades dos trabalhadores”, defende o diretor do Senge, Leandro Grassmann.

Segundo a direção da empresa, o cenário de comercialização de serviços de energia com o mercado livre faz com que os ganhos e a margem de lucro sejam menores. Além disso, a estatal aponta que os reajustes de energia são abaixo do INPC.

Na outra ponta, os sindicatos, juntamente com a assessoria do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese), apontaram os prejuízos dos trabalhadores ao longo dos anos na Copel, com perda inflacionária acumulada de 15% desde 1994, com o aumento de 12% no valor da educação em 12 meses frente ao benefício estagnado, e um abono de férias com reajuste 25% menor que o da inflação no período.

Cabe ressaltar que o quadro apontado pela direção não corresponde ao cenário de conquistas econômicas da empresa. O Dieese apontou nas negociações que a estatal teve o maior patamar de lucros entre as empresas do setor, e com um crescimento de 100% no número de consumidores no mercado livre.

Além disso, a estatal, terceira maior empresa do setor em termos de receita, conforme aponta no documento de apresentação utilizado no aniversário de quinze anos de participação na bolsa de Nova Iorque, reduziu seu quadro de funcionários de cerca de 10% em seis anos. Em 2012, a empresa tinha 9.468 trabalhadores. Em 2016, são cerca de 950 funcionários a menos, ou seja, 8.531. A produtividade, no entanto, tem aumentado, o que reforça ainda mais o aumento de atividade dos trabalhadores, e consequentemente a necessidade de refletir isso no ACT.

Claro de que a proposta da Copel não atinge corpo suficiente para levar à votação, as entidades retomarão as negociações na próxima quarta-feira (27) com a Copel para debater as cláusulas econômicas. Na terça-feira (26), o Senge e outros sindicatos com pautas específicas negociação as reivindicações das suas categorias com a empresa.

Fundamental, neste momento, é manter a mobilização dos engenheiros e das engenheiras no apoio ao Senge e sindicatos para que possamos construir uma proposta mais adequada à pauta apresentada pela categoria.

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