Copel ignora riscos ambientais e socioeconômicos da exploração do gás de xisto no Paraná

Senge Paraná
20.NOV.2013

Em artigo intitulado “Copel ignora riscos ambientais e socioeconômicos do fracking para gerar energia no Paraná”, o engenheiro eletricista Ivo Pugnaloni e a ambientalista Zuleica Nycz advertem para os graves problemas ambientais e econômicos que a exploração do gás de xisto podem gerar ao Paraná.

Está marcado para o próximo dia 28 de novembro, na Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, o leilão que envolve áreas de 169 mil quilômetros quadrados do Noroeste ao Oeste paranaenses, que serão destinadas à exploração do gás de xisto pelo método “fracking”, considerado um dos processos de produção de energia mais agressivos ambientalmente e está proibido em vários países do mundo.

A região delimitada para a exploração do gás de xisto no Paraná, está compreendida num polígono formado pelas cidades de Pitanga, Paranavaí, Toledo e Cascavel uma das regiões mais fortes do estado na produção agrícola e de avicultura e suinocultura e próxima ao Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios subterrâneos de água doce do mundo.

No texto, Zuleica Nycz e Ivo Pugnaloni denunciam que o “fracking”, produção de energia elétrica a partir de depósitos residuais de óleo e gás em poços de curta vida útil, representa “um método devastador para o solo, ar, as aguas superficiais, subterrâneas, que afetará a segurança dos grupos indígenas e das unidades de conservação, ameaçando igualmente e de forma devastadora toda a economia baseada nas atividades agroindustriais no Estado do Paraná”.

O artigo aponta também os problemas que estão sendo enfrentados na província argentina de Neuquén, região produtora de maçãs que, em função da contaminação dos lençóis freáticos, estão proibidas de entrar na Europa. O mesmo ocorre com produtos de origem animal da região. O cineasta argentino Fernando Pino Solanas fez um documentário para denunciar as consequências do “fracking” no interior da Argentina. “La Guerra del fracking” foi filmado em Neuquén e mostra os efeitos da exploração de petróleo na região por meio do método do faturamento hidráulico. O Papa Francisco I posou para fotógrafos exibindo uma camiseta da campanha contra o “fracking” durante encontro que manteve com Pino Solanas este mês. E anunciou que boa parte de sua próxima encíclica será dedicada a problemas ambientais no planeta.

 

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