Curitiba inicia em 2023 estudos para nova licitação do transporte

Nova concessão deve contar com mais participação da sociedade

Novos ônibus são entregues nas garagensde ônibus de Curitiba. Na imagem garagem de ônibus Glória - Curitiba, 15/04/2020 - Foto: Daniel Castellano / SMCS
Comunicação
13.DEZ.2021

Alvo de inúmeras polêmicas, a concessão de transporte público em Curitiba deve começar a ser revista a partir de 2023. A previsão é de que uma nova concorrência ocorra em 2025, quando se encerra o atual contrato. As datas foram confirmadas pelo IPPUC em reunião no último dia 9 de dezembro com a presença do Concitiba. Além da concessão, esse encontro ainda debateu a necessidade de construção de viadutos na região da Avenida Salgado Filho, perto da PUC.

De acordo com Lafaiete  Neves, conselheiro titular pela Associação dos Professores da UFPR (APUFPR), e Luiz Calhau, conselheiro suplente indicado pelo Sindicato dos Engenheiros do Paraná  (Senge-PR), foi acatada a proposta de de não prorrogar  por mais 10 anos , os atuais contratos do transporte coletivo de Curitiba que vence em 2025. 

“Foi então aprovada a nossa proposta de nova licitação em 2025, com a participação do CONCITIBA, que reunirá sua Câmara Temática de Mobilidade em 2023 para ouvir especialistas e entidades da sociedade civil para apresentar a URBS, propostas de diretrizes para o novo processo de licitação”, destacam.

A última licitação ocorreu em 2010 e é alvo de diversos questionamentos sobre os ganhadores dos lotes e os custos que compõem a tarifa. “Esperamos que seja transparente e democrática para evitar processos judiciais de anulação  ainda em tramitação no TJPR,  como dos atuais contratos decorrentes da licitação de 2010, será fundamental a participação de toda  a sociedade curitibana no processo da nova licitação em 2025”, reforçam os conselheiros.

Atualmente, a passagem de Curitiba está congelada desde fevereiro de 2019 em R$ 4,50. Por outro lado, de acordo com a URBS, a tarifa técnica chega a R$ 8,11, sendo que a última revisão ocorreu em setembro deste ano, como define a resolução 14, que leva “em consideração não apenas o quantitativo efetivo da demanda a ser transportada, mas também a quantidade adicional de veículos necessários a evitar aglomerações no interior dos ônibus e terminais de integração, sobretudo nos horários de pico”. A diferença entre o valor pago pelo usuário às empresas de transporte tem sido custeada pela Prefeitura de Curitiba. Já foram feitos mais de R$ 400 milhões em aportes financeiros.

Projeto de revitalização na Linha Verde com a Salgado Filho. Imagem: Ricardo Tempel Mesquita

Viaduto na Salgado Filho

Outro tema debatido com o Concitiba é a construção de viaduto para transpor a Linha Verde pela Avenida Salgado Filho. O IPPUC está estudando construir mais uma ponte sentido PUC e outra sentido bairro. O Instituto concorda que essa é a solução possível para resolver os pontos de estrangulamento.

O arquiteto e urbanista Ricardo Tempel Mesquita,  especialista em Acessibilidade e Sustentabilidade, apresentou uma proposta em 2012 para resolver os gargalos da região. Segundo ele, o modelo é sem ônus para o erário público e prevê a construção de “Viadutos Funcionais, bancados pela iniciativa privada em troca da ocupação por comodato com serviços para atendimento à população como creches, segundo turno, mercados e restaurantes populares para atender os usuários do terminal e da própria PUC, oficinas e liceus de ofícios, postos de saúde e da PM e GM”.

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