“A gente não reconhece Slaviero como companheiro de trabalho”

Coletivos cobram garantias ao emprego e com relação à Fundação Copel

Foto: Daniel Cavalheiro/Copel
Comunicação
25.NOV.2022

“A gente não reconhece Slaviero como companheiro de trabalho”. Este foi o recado dado pelo coletivo sindical à mesa de negociação com a Copel, dentro da quinta rodada. O encontro ocorre após o governador Ratinho Junior, sem ouvir a sociedade e os copelianos, autorizarem a privatização da Copel em votação que durou três dias. As manifestações dos sindicatos, trabalhadores e da sociedade foram de total repúdio a postura do governador e do presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero. Vaiado durante o processo, o CEO da empresa não é mais considerado parceiro dos copelianos. Dito isso, para as entidades sindicais, agora se retoma a discussão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com a apreensão da garantia dos empregos, da Fundação Copel e do futuro da categoria. A mesa contou com a presença de  Ana Leticia Feller, diretora de gestão empresarial.

“O que a gente viu e ouviu foi uma dualidade entre o que se diz e o que se ouve. Difícil acreditar que o Daniel não sabia da venda. Fica claro que o Ratinho sabia. A postura do Daniel na live, dizendo que iria “construir” as condições para  força de trabalho, foi insuficiente”, relatou o Coletivo. 

Para as entidades, a postura do presidente gerou mais incertezas do que deveria. Afinal, ele poderia ter dito algo como: “Enquanto eu estiver nessa presidência, garanto que buscaremos junto com os sindicatos, condições de trabalho adequadas. No que depender de mim, não haverá nenhuma demissão”, cobrou-se.

ACT RETOMADO

Com relação ao acordo coletivo de trabalho, os sindicatos resgataram que a categoria rejeitou com 95,18% a proposta inicial. Reiteraram a necessidade de melhorar bastante as propostas financeiras, jornada de trabalho e carreira. Os sindicatos manifestaram a preocupação com a garantia de emprego e a Fundação Copel. As entidades ainda querem a validade do acordo por três anos. Essas condições são imprescindíveis para a retomada das discussões do Acordo, em função de todos os fatos ocorridos esta semana. “Nosso acordo começou efetivamente hoje”, avaliam os coletivos.

Da parte da empresa, Ana Leticia Feller disse que o sentimento dos copelianos será levado à direção e que é importante cuidar das pessoas. Para ela, a Copel, independente do seu acionista majoritário, deve valorizar seus empregados. Ana Letícia ainda comentou que “não tem terra arrasada”. Ela ainda garantiu que o Acordo Coletivo permanece válido, pela terceira vez, garantindo a data-base em vigor.

A discussão de propostas fica para o período da tarde.

Manifestação contra a venda da Copel. Foto: Dalie Felberg/Alep

TEVE VAZAMENTO DE FATOS E COPELIANOS FORAM DESRESPEITADOS

FATOS

Sexta-feira (18) – Ratinho diz que Governo não entrega controle acionário da Copel

Segunda-feira (21) 07:08 – Jovem Pan divulga venda da empresa

Segunda-feira (21)  08:45 – Copel protocola Fato Relevante na Bolsa de Valores

Segunda (21) Manhã – Ratinho e Daniel se reúnem com executivos da imprensa para falar da venda da Copel

Segunda (21) Manhã – Mensagem do Governador é protocolada na Assembleia Legislativa em regime de urgência

Segunda (21) Tarde – Copel marca mesa de negociação do ACT com sindicatos

Terça-feira (22) – Sindicatos suspendem mesa de negociação para mobilizar categoria contra a venda da empresa. Abaixo-assinado repudia venda

Terça-feira (22) 17:38 – Daniel Slaviero fala à Exame Invest que é bom fechar venda até final do ano

VERSÕES E DECLARAÇÕES

– Guto Silva afirmou, faltando com a verdade, que as condições de trabalho “estão” sendo negociadas com os sindicatos.

– Guto Silva cita que o governo permanece majoritário, desconhecendo que majoritário é quem detém mais de 50% das ações com direito a voto.

– Michel Micheletto cita que Daniel o informou de pesquisa com 3500 Copelianos, que afirmavam entender que a venda é a melhor saída.

– Deputados falam que copelianos ganham 22 salários ao ano.

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