Copel não vê falta de testes e uso de máscaras por gerentes

Casos confirmados e sob suspeita apresentam ligeiro recuo

Ministério da Saúde adquiriu novo lote de testes rápidos. Foto: Divulgação Min Saúde
Comunicação
31.JAN.2022

Por Manoel Ramires/Senge-PR

A reunião do Coletivo Sindical com a Copel demonstrou que não é hora de baixar a guarda. Embora os casos ativos e suspeitos tenham tido uma ligeira queda, as entidades demonstram preocupação com um possível apagão dos números, efeito da falta de testes na sociedade, e a insistência de gerentes da companhia em não cumprir protocolos como a utilização de máscara de proteção. Os sindicatos ainda solicitam a possibilidade de que funcionários com comorbidades ou acima dos 60 anos retornem ao trabalho remoto devido ao crescimento de casos no Paraná. A Copel vai avaliar a demanda caso a caso.

O Boletim Semanal da Covid-19 da Copel (31) apresentou uma pequena redução de casos após o surto do mês de janeiro. Foram contabilizados 227 casos na semana. Na anterior eram 240. O saldo do mês é de 443 casos confirmados. O número representa um quarto de todos os casos contabilizados desde o começo da pandemia, em março de 2020. Agora são 1624 pessoas que contraíram a Covid-19, sendo 16 falecimentos.

Atualmente, a Copel tem 162 casos ativos  e 221 em investigação. 107 desses suspeitos convivem com pessoas com casos confirmados e 42 coabitam com com casos suspeitos. De acordo com portaria do Ministério da Saúde, o empregador deve afastar por 10 dias os trabalhadores considerados casos confirmados de Covid-19, os trabalhadores que tiveram contato próximo de casos confirmados de Covid-19.

Os dados da empresa ainda revelam que apenas 60 pessoas da empresa não se vacinaram. Algumas por limitações de saúde, outras por escolha.

Falta de testes pode mascarar números

Uma das preocupações das entidades é o aumento na procura por testes rápidos e a dificuldade em se conseguir fazer o exame. A percepção é que muitas pessoas se isolaram diante dos sintomas, mas não entraram para as estatísticas da Copel ou das autoridades sanitárias. Para os sindicatos, pode ter ocorrido um apagão de casos em investigação e confirmados em janeiro. Segundo a Copel, essa crise ocorreu há duas semanas. Por outro lado, nunca faltou teste para os copelianos. “Pode ter ocorrido atraso, mas não falta de testes, diferente do que aconteceu na sociedade”. A empresa ainda informa que  as pessoas foram afastadas previamente, dentro dos casos em investigação.

“Tivemos o receio de uma subnotificação diante das incertezas em relação a ômicron, pois esta nova onda tem características próprias. Não foi conseguido estabelecer a quantidade de transmissão do vírus. Ver a porcentagem de quantos não assintomáticos para cada sintomático. A gente precisa apertar os protocolos porque estamos no escuro nestes dados”, dizem os representantes sindicais. A preocupação é compartilhada pela Copel, que observa, principalmente, o controle dos casos em investigação.

De acordo com o Ministério da Saúde, à CNN, cerca de 13,1 milhões de testes rápidos (antígeno) para detecção da Covid-19 deverão ser distribuídos nesta segunda-feira (31) aos estados do país. “Essa questão da falta de testes é um problema mundial. no Brasil, hoje, nós temos a produção de testes internalizada, aqui mesmo na Fiocruz, onde Biomanguinhos produz o teste rápido de antígeno, o RT-PCR”, comentou à CNN.

O saldo de casos confirmados em janeiro é de 443. O número representa um quarto de todos os casos contabilizados desde o começo da pandemia, em março de 2020

Gerentes sem máscara

O Coletivo ainda reforçou que muitos gerentes insistem em não usar máscara. Fatos protocolados no Canal de Denúncias. Para as entidades, esses ‘não devem ser convencidos’, mas sim obrigados a implementar as políticas da empresa. “Se acontece de não usar EPI em atividades técnicas, os copelianos são advertidos ou até suspensos. Com o uso de máscaras não se percebe isso, principalmente com os gerentes. Está faltando essa paridade entre todos”, compara. É fundamental uma fiscalização mais ativa, principalmente com relação aos gestores. Para a Copel, em se percebendo essa situação, orienta-se, buscando o convencimento e mudança da cultura. Caso não se obtenham resultados dessa forma, sanções podem ser aplicadas.

Teletrabalho

Durante a reunião, o Coletivo Sindical voltou a pedir a ampliação do teletrabalho, principalmente para os funcionários que têm comorbidades e acima de 60 anos. Eles relatam muito receio com a gravidade da nova cepa. Para a Copel, há um conflito de posições. Muitas pessoas desejavam retornar ao trabalho presencial e agora querem a opção do remoto novamente. A empresa diz que deve seguir os protocolos de saúde que definem os grupos de risco e que apenas as grávidas devem ser mantidas em teletrabalho. “A partir do ciclo vacinal completo, não existe mais a diferenciação entre pessoas com ou sem comorbidade”, se posiciona a Copel.

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NÚMEROS DA COVID EM CURITIBA E NO PARANÁ

A capital do estado está em ritmo acelerado de contaminação. De acordo com o sistema de bandeiras, está em situação grave (3). A pontuação atual é de 1,53%, que deveria colocar em bandeira laranja e adotar medidas mais restritivas. Com 13,7 mil casos ativos, sendo 4,2 mil novos, Curitiba tem 76% dos leitos ocupados após a ampliação da oferta e apenas 28 deles estão livres.

No Paraná, mais mil leitos foram abertos com a alta da contaminação. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, disse que, se houver necessidade, outros leitos serão abertos. “Peço a ajuda da população para tentarmos interromper esse novo ciclo de transmissão do vírus, mantendo o distanciamento social, e os cuidados não farmacológicos, como o uso do álcool em gel e a lavagem frequente das mãos e a utilização de máscaras”, disse. Com 16,3 mil novos casos, a média móvel subiu 38%. Já as mortes, 18, tiveram um crescimento de 312,5%. 3 das 4 regionais do estado estão com ocupação acima dos 70% dos leitos de UTI.

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