Engenheiro desenvolve metodologia para cirurgias de cardiopatias complexas

Ele utilizou ferramentas da engenharia para identificar os parâmetros de forma adequada

O engenheiro Paulo Cesar Duarte Junior. Método desenvolvido em tese de doutorado veio da dor pela caminhada de tratar a cardiopatia congênita do filho (Arquivo pessoal)
Comunicação
15.AGO.2023

VIA UEL

Pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da UEL resultou em uma metodologia inédita para o planejamento e realização de cirurgias em pacientes com cardiopatia congênita, doença que atinge 10 a cada mil crianças nascidas. No Brasil, anualmente 28,9 mil crianças nascem com o problema, das quais cerca de 80% necessitam de cirurgia, sendo metade destas já no primeiro ano de vida. A pesquisa representa a tese de doutorado do engenheiro civil Paulo Cesar Duarte Junior, que desenvolveu o método motivado pelo diagnóstico de Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico (SCEP), constatada em seu filho, em 2016.

O trabalho intitulado “Proposta de Planejamento Cirúrgico de Fontan baseado em Estudos Numéricos e Hemodinâmicos Tridimensionais” foi orientado pelo professor Hemerson Pinheiro, do Departamento de Construção Civil (CTU), e contou com coorientação do coordenador do Laboratório de Bioengenharia (Labbio) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rudolf Huebner, onde são desenvolvidas pesquisas na área de engenharia cardiovascular. O trabalho teve como banca o professor Aron José de Andrade, diretor do Centro de Engenharia em Assistência Circulatória do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo; o professor do Departamento de Clínica Cirúrgica do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL, Alexandre Murakami; o engenheiro mecânico consultor do Instituto ESS, Martin Poulsen Kessler; e a fisioterapeuta do Instituto Prevent Senior, Shirley Ferraz.

A proposta de desenvolver um método de planejamento para apoiar cirurgiões cardíacos surgiu como um desafio para o engenheiro, depois de receber a notícia de que seu filho apresentava a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico, durante um exame de ultrassom, ocorrido em dezembro de 2015, com menos de 30 semanas de gestação. Ao se aprofundar sobre as consequências, ele se deparou com um problema grave sem tratamento definitivo e que exigiriam três cirurgias paliativas importantes para salvar o bebê.

“Foi um misto de sentimento. Na hora que recebi a notícia me questionei se teria a chance de pegar o bebê no colo”, confessou. A primeira cirurgia ocorreu quando a criança tinha apenas quatro dias. O casal se internou juntamente com o bebê no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, considerado referência em procedimentos cirúrgicos do coração. Foram necessários quatro meses de internamento, onde a criança acabou passando por duas cirurgias (cirurgia de Norwood e cirurgia de Glenn), mais duas plicaturas diafragmáticas. A terceira cirurgia para o tratamento eletivo, chamada de cirurgia de Fontan, ocorreu quando o filho tinha três anos.

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