Inflação alta piora negociações de trabalhadores

Cenário dos próximos acordos tende a piorar para 2022

Presidente da República, Jair Bolsonaro durante reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Isac Nóbrega/PR
Comunicação
21.MAR.2022

A inflação de 1,01% em fevereiro, a maior para o mês desde 2015, pode explicar porque as negociações salariais deste mês registraram 60,5% abaixo do INPC. É o pior resultado desde janeiro de 2021, quando as negociações também registram reajustes de 60,5% abaixo do INPC. A inflação dos últimos meses bateu em 10,54%. 

De acordo com o DIEESE, no Boletim De Olho nas Negociações, “quanto ao valor do reajuste necessário, equivalente à inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data-base, nota-se o agravamento do quadro, após uma ligeira melhora em janeiro de 2022. A situação tende a piorar nos próximos meses, em função do impacto da guerra na Ucrânia sobre o preço dos combustíveis e da alimentação. O reajuste necessário para os reajustes da data-base março/22 atingiu 10,80%.

Mesmo com a retomada da economia devido a diminuição das restrições impostas pela pandemia, o setor de serviços foi o que teve piores reajustes. 42,8% das negociações sequer repuseram a inflação. Apenas 29,9% dos acordos garantiram ganhos reais. O setor com melhor negociação foi a indústria. Nela, 38,9% das negociações conseguiram ganho real.

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