Jovens engenheiros se unem para discutir retomada do coletivo “Senge Jovem” no Paraná

Ex-diretores do Senge Jovem e direção do Senge Paraná discutem estratégias para fortalecer a formação de líderes e promover uma engenharia democrática e inclusiva para a juventude

Imprensa
28.JUN.2023

Na última terça-feira (27), jovens engenheiros que atuaram no coletivo de estudantes de engenharia vinculado ao Sindicato de Engenheiros do Paraná, o SENGE JOVEM, se reuniram virtualmente para realizar um diagnóstico e planejar ações visando a retomada do projeto, que completou 10 anos de implementação no Paraná em 2023. A iniciativa contou com a participação de pessoas atualmente situadas em diferentes regiões do país e em diversos setores de atuação profissional, tanto no âmbito público quanto no privado.

Tayná Roll, engenheira elétrica formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e ex-integrante do coletivo de 2016 a 2021, ressaltou a diversidade proporcionada pelo SENGE JOVEM, que contou com a participação de centenas de estudantes, incluindo empresas juniores, centros acadêmicos e o Crea-Jr. Ela afirmou que o coletivo se tornou um espaço de luta pela equidade na engenharia, adotando inúmeras formas de engajamento. Tayná também destacou o amadurecimento adquirido durante sua participação no SENGE JOVEM.

Isso nos fez entender que o programa foi muito além do que muitos imaginavam e até mesmo do seu próprio objetivo, que é a conscientização da importância da luta sindical na engenharia. O SENGE JOVEM foi uma escola de formação de líderes, e isso é notável pela trajetória dos estudantes que fizeram parte do programa. São profissionais com empoderamento de fala, ocupação de lugar e conscientização de classe que hoje estão espalhados pelos diferentes cantos do nosso país”, ressaltou Tayná.

Izabela Trzeciak, engenheira de alimentos pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e diretora regional do Senge em Cascavel, destaca a conscientização proporcionada pelo Senge Jovem em relação à luta das mulheres: “O Senge Jovem trouxe para mim, assim como o movimento estudantil, a conscientização da luta de classe e também sobre o empoderamento das mulheres na sociedade e como isso reflete no mercado de trabalho. Fez toda diferença em minha vida“.

Para Cícero Martins, engenheiro civil e ex-diretor do SENGE JOVEM, uma das principais contribuições do coletivo é a formação de líderes engajados na construção de uma engenharia mais democrática e transformadora, capaz de atender às necessidades coletivas do país. Cícero enfatizou a importância desse momento como um primeiro passo para as próximas ações. “O SENGE JOVEM está voltando“, destacou.

O presidente do SENGE Paraná, Leandro Grassmann, reforçou o papel do SENGE JOVEM na desmistificação do sindicato e na importância dessa atuação nos ambientes universitários. Leandro enfatizou que o coletivo tem a capacidade de se comunicar com um público que nem sempre é alcançado pelos sindicatos, tornando-se um espaço de formação de líderes. “Isso não tem preço“, concluiu.

Agatha Branco, vice-presidenta do SENGE e coordenadora do Coletivo de Mulheres, ressaltou a importância do coletivo na aproximação de estudantes mulheres que estão na engenharia, pois  a presença feminina na área ainda é menor do que em outros ramos profissionais. Agatha destacou que ao fazerem parte de um coletivo que estimula a liderança feminina, as estudantes podem desenvolver instrumentos para se sentirem seguras em espaços majoritariamente masculinos e conscientizar-se de que podem construir estratégias para aumentar a representatividade feminina na engenharia.

Dentre as propostas apresentadas pelos ex-participantes para o novo ciclo do SENGE JOVEM, destaca-se a necessidade de repensar o diálogo entre a direção e o coletivo, além de uma abordagem mais dinâmica junto à formação dos estudantes. Durante a conversa, os jovens sugeriram a criação de uma plataforma de divulgação de artigos científicos que publicize as produções acadêmicas dos estudantes do coletivo, o retorno da participação na semana do engenheiro e a realização de formações abordando temas como sustentabilidade, caminhos para ingresso no mercado de trabalho e diversidade.

Um dos pontos destacados tanto pelos jovens quanto pela direção foi a criação de mecanismos para estreitar a relação entre o SENGE e o mercado de trabalho, visando à compreensão da estrutura do sindicato e o conhecimento das lutas trabalhistas em defesa da categoria. O objetivo é promover um sentimento de pertencimento da juventude ao Sindicato de Engenheiros do Paraná.

Com a retomada do SENGE JOVEM, os jovens engenheiros esperam fortalecer a formação de líderes comprometidos com uma engenharia mais inclusiva, diversa e transformadora, contribuindo para o desenvolvimento da profissão e da sociedade como um todo.

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