Sindicatos recusam primeira proposta da Copel para Acordo Coletivo

Senge Paraná
25.SET.2015

Após três dias de negociações com o Senge e os demais sindicatos de trabalhadores da Copel, a empresa apresentou nesta quinta-feira (24) a proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2015/16. Apesar dos avanços em algumas cláusulas administrativas em comparação com o ACT anterior, os itens econômicos da atual proposta da Copel estão longe de atender as reivindicações dos trabalhadores.

Nos três dias de negociações da primeira rodada os sindicatos defenderão as reivindicações de mais de 8.500 trabalhadores da Copel. Destes, 800 são profissionais de engenharia.
As negociações salariais da Copel atingem cerca de 8.500 trabalhadores. Destes, 800 são profissionais de engenharia.

Duramente criticada pelos sindicatos, a proposta inicial da empresa para o ACT, que abrange mais de 800 profissionais de engenharia, dentre um universo de mais de 8.500 trabalhadores da estatal, dentre outros pontos, além de não contemplar aumento real prevê parcelamento do reajuste pelo INPC em duas parcela: a primeira em outubro e a segunda em fevereiro do próximo ano.

Para o presidente do Senge, Carlos Roberto Bittencourt, mesmo sendo a primeira apresentação, a proposta da empresa está muito aquém tanto do resultado financeiro que a empresa tem apresentado quanto das reivindicações dos trabalhadores.

“É inaceitável que uma empresa que apresentou lucro líquido de mais de R$ 302 milhões, isso só no segundo trimestre deste ano, ofereça apenas o reajuste da inflação e ainda queira parcelar a implantação da reposição. O Senge e os demais sindicatos continuarão pressionando a empresa para uma melhor proposta, defendendo as reivindicações dos funcionários, pois sabemos que há muita margem para avançarmos nas negociações do ACT deste ano”.

O lucro do segundo trimestre, como aponta a própria empresa em seu site (clique aqui e confira), foi 21,7% superior ao apresentado no mesmo período de 2014, que fechou em pouco mais de R$ 248 milhões. Além disso, a receita operacional da empresa atingiu no segundo trimestre de 2015 um montante 25,4% maior que o de 2014, principalmente devido ao aumento de 54,3% na receita de fornecimento de energia elétrica, conforme relatório da empresa.

Além de não ser condizente com os próprios resultados financeiros, a proposta da Copel também está aquém do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre as negociações salariais deste ano, que apresentaram em 70% delas reposição integral e ganhos reais.

Diante das críticas e insatisfação do Senge e demais sindicatos com a proposta, a empresa retomará as negociações do ACT dos trabalhadores no próximo dia 1.º de outubro (quinta-feira). Para o diretor-financeiro do Senge e engenheiro da Copel, Leandro Grassmann, os sindicatos pressionarão a Copel para o avanço da proposta, sobretudo tendo em vista o cenário econômico da empresa neste ano.

“São vários os itens que rediscutiremos com a empresa, pois sabemos que a Copel pode apresentar melhorias na atual proposta, como a aplicação em única parcela de reajuste salarial; reajuste acima da inflação dos auxílios do ACT, que como aponta o Dieese subiram acima da inflação; uma proposta decente de abono salarial e revisão dos critérios do plano de cargos e salários sob uma política de valorização profissional”, defende Grassmann.

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