Um Plano Diretor sem compromisso de implantação será ineficaz, alerta o vice-presidente do Senge, Valter Fanini

Senge Paraná
08.AGO.2014

“Pensar o plano diretor de Curitiba pensando em um modelo ao longo prazo com abrangência  metropolitana, relacionando o modelo de uso e ocupação do solo da cidade à um modelo de transporte com quantificação das demandas futuras por deslocamento de cargas e pessoas”, é o que defendeu o vice-presidente do Senge-PR, engenheiro civil Valter Fanini, em palestra realizada nesta quinta-feira (7) na Câmara Municipal de Curitiba, em audiência pública que trata da revisão do Plano Diretor de Curitiba.

Sob a temática Mobilidade Urbana e Transporte, esta é a quinta das dez audiências a serem realizadas pela Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI da Câmara de Curitiba, presidida pelo vereador e arquiteto, Jonny Stica, para debater as propostas do Plano Diretor para os próximos 10 anos. As audiências serão realizadas até 6 de novembro.

De acordo com Fanini, o planejamento do espaço viário do município tem impacto não apenas no ir e vir da população, mas também na estrutura da cidade, condicionando o uso do solo lindeiro aos níveis de mobilidade e acessibilidade desejada para cada via. “Devemos lembrar que uma via preparada para propiciar a fluidez e velocidade ao tráfego de veículos dificulta os acessos e vice-versa. Os espaços viários de uma cidade podem exercer funções bastantes diferentes, harmonizar estas funções entre si é o segredo do bom planejamento da mobilidade urbana”.

Apesar de reconhecer a importância dos planos Agache e Serete na condução da estruturação do plano viário curitibano, Fanini ressaltou que a maior parte dos espaços viários foram definidos de forma não planejada por processos de loteamentos e subdivisões de glebas de terras para efeito de comercialização do solo urbano.

Desta forma, o vice-presidente do Senge alerta para a necessidade de elaboração de um novo plano de mobilidade para Curitiba com abrangência metropolitana que resulte em um pacto entre o poder público municipal estadual e a sociedade para que haja garantia de sua implantação. “Não adianta ter o plano sem ter um pacto social de responsabilidade que torne efetivo esse planejamento do município. Curitiba precisa de um salto de âmbito metropolitano quanto ao seu planejamento de mobilidade”.

 

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